29 dezembro, 2009

o conto do sonho

 leia devagar



Foi tal qual um sonho, de tão intenso e inusitado.
E como num sonho eu era a personagem principal; e lá estava, à deriva.
E apesar de ser eu mesma a controladora dessa personagem, parecia ter ela vontade própria, agir mais por seus próprios instintos e quereres.
Foi seu instinto que a fez ligar, escrever, procurar.
Sua intuição que lhe dizia quando beijar, quando calar e quando apenas sentar-se à espera.

E a eu-personagem estava tão envolta na trama que não conseguia sequer parar, respirar, e analisar toda aquela situação. Foi apenas vivendo e sentindo. E sentindo e vivendo.

BANG.

Não houve som; mas seria esse o barulho caso representássemos o despertar daquele sonho.
Porque este despertar não foi consciente e gradual. Foi, no sonho, o afastamento bruto do outro personagem - sua principal companhia.

E ao se ver ali sozinha e sem o outro, se sentiu vazia.
E os dias se passavam cheios, mas ela os via como um grande nada.
olhava para a rua, as pessoas, os pássaros e os pixels.
Procurava aquela companhia outrora casual, mas agora tão sólida nas suas idéias.
E entendeu,
E viu,
E quis,
E sofreu,
E sorriu.
O conforto veio, ao lembrar-se que logo o sono chegaria. E ele traria novamente toda a beleza, a alegria e o encanto dos sonhos.

Um comentário:

Kika disse...

quero roubar esse teu sonho..