11 outubro, 2010

9 a.m.

uma cama com o sol da manhã.
na arquitetura o professor de conforto ambiental ensina que isto é benéfico para a saúde: os tais raios matinais possuem uma tal frequência de luz capaz de matar uns tais germes e esterilizar o ambiente. [se não esterilizam ao menos tornam mais saudável e agradável.]
mas esse conteúdo é superficial.

se alguma vez você teve a sorte de estar num quarto com uma janela, essa janela voltada para o leste (considerando que você mora no hemisfério sul) e aberta, você sabe bem do que estou falando. Tá, mais ou menos. Além disso precisa estar ensolarado [parece óbvio].

porém eu quero falar de algo não tão óbvio, e não-comentado em nenhuma aula de arquitetura:
experimente estar nesse quarto, agraciado com o sol da manhã, numa (manhã) de primavera e com a companhia ideal. É, aquela companhia que se deita do teu lado com leveza. Te toca no rosto, comentando teus sinais de pele e achando todos lindos. Canta uma música dos beatles - mais clichê impossível - rindo alto. E depois vocês conversam amenidades: tu apertando os olhos pra ver a outra pessoa contra a luz forte, a outra brincando com um botão pequeno do teu casaco.
e então acontece. se pela alegria do novo dia, ou pelos muffins do café-da-manhã; se pelo jeito que tu sorri, pelos raios de sol que entram ou pela noite bem dormida.. por tudo isso ou ainda outras coisas acontece tão lindo. Tão intenso, que ofusca o próprio sol.  É capaz de matar todos os germes do pensamento, esterilizar a alma pra semana inteira e ainda compor uma nova-bossa-nova.

13 setembro, 2010

o calor de setembro

/a estação mudou, junto com os anos.
e se os atros que desalinharam ou ela
que foi se deitar em outro ninho, não sei.
A desordem, o caos, lençóis, cigarros,
ascendentes bêbados com lágrimas de ouro.
Companheiros de som, de letra, de língua,
de sorrisos que abraçam queimando o (f)rim.
AMIGOS: dela. meus. nossos. ela e eu: uma.
a luz da tarde que cai com o riso que cresce
se lavam em café extra forte, sem açúcar com
poesia. é amor de virgem (ou de peixes)/.

07 setembro, 2010

Agosto passou...

..inteirinho. 
daquele jeito que só um agosto sabe passar. meio sem fim, meio chato, quente e frio. um agosto cheio de dias, dias cheio de horas, e horas que demoraram a passar. Um agosto de blusão de lã, shorts e as primeiras sandálias. E nesse mês de agosto, que acabei de citar, não escrevi. nem uma linha. Ao menos não aqui. E se tantos dias, e tantas horas e sandálias, e também tantos sentimentos houveram, não sei porque não houve linha.
Dizem que a felicidade não gera literatura; e que a tristeza por sua vez, essa sim, rende os mais bonitos escritos. Não sei se concordo.
Será que isso significaria que andei feliz pelo mês de agosto? pode ser. Mas isso significaria dizer que agora estou triste, já que estou escrevendo. ou talvez; apenas, que já é setembro.
Estou triste. mas por perceber que não escrevi nenhuma linha e agosto; e agosto passou, cheio de dias e horas. e não voltará, e eu não escrevi; e agora me sinto uma tola, por tentar recuperar o que não escrevi em agosto, aqui escrevendo sobre agosto.
sabe que num desses dias do mês-mais-cheio-de-dias fiz aniversário? pois é, uma função. lembro de peixe cru com arroz, sacolas, chapéus e um suco que chamavam de louco; meus pés latejando no outro dia. De fato muitas outras coisas aconteceram, afinal, pra preencher todo aquele bando de horas, mas nem vale a pena querer citá-las, já vale sentí-las, e tê-las vividas.
E como disse, estou triste. Não apenas pela tentativa frustrada de remendar o não-dito em agosto. triste pelo vinho branco que ontem comemorava seis meses num bar distante, e que hoje virou lágrimas de sangue azedo nas nossas caras. Pelo filme romance-cult que vimos a poucas horas, e agora já é um Bang-Bang sem mocinho nenhum, só vilões. ou vilãs. eu e tu.
cara, o que fizeram desse tal de setembro?


29 julho, 2010

o sabor do tempo

Que gosto o tempo tem?
Salgado? Ácido? Doce? Aerado? Qual o gosto do teu tempo?
Hoje em dia, esperar é perder. Tudo é para agora, já passou. Pessoas se desesperam se um site saí do ar por cinco minutos. Quase choram se a sessão do banco expira e precisam re-logar. Um hot-pocket de 3 minutos: tempo infinito dentro do micro-ondas.
Se algo demora, você perdeu o tempo, fez um mal negócio. Dar um tempo num relacionamento, é o mesmo que o fim (?). O imediatismo moderno está nos privando do sabor único da demora, da espera, do tempo em sí.
Deixamos de viver prazeres como o de tirar uma foto e alegrar-se ao vê-la um mês depois quando revelada. Ou o gosto de receber uma carta postada 10 dias atrás, com palavras que continuam vigentes. Contar os dias para ver alguém.
O “aqui e agora” tem acabado com a graça do jogo, e o celular seria assim, o darth-vader do tabuleiro.
(já posso ver as caras feias que levarei ao dizer isso, mas direi igual): qual a maldita necessidade de sabermos o posicionamento preciso de alguém em qualquer instante do dia? As pessoas viraram satélites em missões teleguiadas e ninguém me avisou, foi isso?
-not.
Alguém aí (respondam) lembram do prazer que é, ao final de um dia inteiro – ou até de uma semana toda – longe de quem se gosta, fazer uma ligação planejada, ansiada, aguardada e saborosa pra falar sobre a vida?
-fui ver minha vó
-já sei
-fiz compras no shopping
-3 blusas
-comi torta no almoço
-me contou
Claro né. Os dois viventes se falaram 23 vezes nas últimas 7 horas, o que pretendem conversar agora?
Monótono.
Libertem-se dos telefones kidz!! Dos pagers, e-mails, mensagem de texto, sinal de fumaça. Desliguem os telefones durante a academia, o banho o sono. Se for o de casa, tirem do gancho – SEM CULPA pela ligação perdida (ela virá muito mais gostosa, mais tarde). Criem expectativas, guardem surpresas, se surpreendam. Escrevam uma carta.
Tirem uma foto de filme – e depois revelem.
Montem um quebra-cabeça de 5000 peças.
Bordem.
Leiam um livro grosso, de vários volumes (coletânea de tirinhas também vale!)
aguardem, anseiem. Construam o prazer da recompensa que só o tempo transcorrido pode fornecer. E desfrutem desse tempo, pois ele tem um sabor inexplicável, comparável apenas a... um top sundae com muito caramelo.

22 julho, 2010

cosmic

é que nem uma explosão cósmica:
num instante é nada, é menor do que a menor coisa
que se possa imaginar, é sub-atômico. E no instante
seguinte por sua vez é imenso. é mais do que isso,
é infinito, e mesmo assim continua a se expandir.
aumenta monstruosamente dentro de sí, a ponto de
se colidir em suas próprias fronteiras.
E dobra-se em seu redor, dá voltas que formam círculos,
elipses, bolas.. e formam também cavalinhos de algodão.

12 julho, 2010

nossa

e quanto a mim, mim não sei.
mim sumiu, em mim, surgi.
tô aqui, aqui.
e não estou, se tão longe vou
e enxergo a mim, sem mim,
sem mãe, sem mão. um não.


sem mim, um sim. Oi!

27 maio, 2010

LOST-Leigos?

Tanto se falou de LOST. E não foi só nessa semana, mas nos seis anos que a série esteve no ar. Eu não assisti nem um episódio do inicio ao fim, não tive interesse em acompanhar e não tenho conhecimento significativo sobre a história. É inegável, porém, que LOST afetou muitas pessoas, alterou rotinas, pensamentos e teve uma repercussão imensa.
Ao que se deve este sucesso? Seria apenas por se tratar de uma série bem feita? Pelos efeitos especiais? Pela história mística e/ou misteriosa? Por preencher um vazio de significado que todos têm? Ou ainda pela possibilidade de encontrarmos respostas para as nossas próprias vidas através daquelas ali retratadas? Talvez.
Algo no que acredito - baseado no que li - é que realmente o principal da série era a vida das pessoas, as relações entre os indivíduos, entre os grupos humanos; e o resultado que sai disso tudo; e não a ilha onde a história se passa - muitas vezes chamada de “protagonista”da história.
O final poderia ter sido diferente? Claro. Sempre pode, tanto na ficção quanto na realidade. Mas assim como a série foi criada por alguém que precisava definir um final; também na nossa própria vida nós escolhemos como conduzi-la até chegar ao inevitável fim – que agradará alguns e decepcionará outros tantos pela falta de sentido, importância ou realizações. Ao final, o final em si é o que menos importa.
O seriado em questão é apenas o pivô de algo que entendo muito maior: a complexidade das relações humanas, da inteligência que buscamos e desenvolvemos e da nossa capacidade criativa. Cada um desses itens podendo desdobrar-se infinitamente.
Agradeço ao Thiago que teve a difícil missão de, em meia dúzia de parágrafos, me explicar tudo o que a série levou todos esses anos, e o tão comentado episódio final. Foi essa explicação que me motivou a ler um pouco mais sobre o assunto e escrever o post. Não queria deixar tantos outros leigos na cultura LOST perdidos sobre o por quê (no meu ponto de vista) ela foi tão importante e comentada.
Espero que outras séries, filmes, músicas, livros e todos aqueles meios de cultura em massa busquem não apenas entreter, mas também trazer algum aprendizado, alguma reflexão, conversas nos intervalos de aulas e em mesas de bar, interações reais entre as pessoas que - assim como os personagens fictícios de LOST - vão construindo suas vidas e definindo suas personalidades com a [grande] ajuda e/ou influência daqueles ao redor.

15 abril, 2010

Amor do [não] dizer.

"o amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público."

Ontem lí isso num texto da Martha Medeiros em que ela falava do impulso que temos de anunciar aos sete ventos os fatos da nossa vida amorosa. Fiquei refetindo(...).
Realmente é assim. Estamos ali, levando a nossa vida de pacato cidadão, quando o amor sem aviso prévio nos ataca - e prontamente nos tornamos uma revistinha de fofoca ambulante. Ligamos para os amigos, e nos encontramos em bares, com o intúito de compartilhar nosso estado de graça e discursar sobre as qualidades da pessoa amada. [Creio que no caso do bar o alcoól ingerido contribuí para a revelação de detalhes mais íntimos - e desnecessários].


Amar em silêncio é crime.
Amar escondido também.
A sociedade criou há muito tempo a Lei do Amor Aberto; e provavelmente poucas leis são tão fiscalizadas e cobradas quanto essa. Não compartilhar um amor é motivo de indignação pública em massa! Mas afinal companheiros, qual o sentido na necessidade de tanta clareza? Se o amor é tão incompreendido e confuso para os próprios amantes, compartilhá-lo não seria apenas torná-lo mais difícil? (...)

Então variações sentimentais passaram a exigir recibo público!

Nada contra, veja bem, quem encara como terapia falar das aventuras de seu coração. Isso costuma inclusive ser uma terapia eficiente, visto que há tanto tempo viemos exercendo-a com alegria! Vamos porém, meus queridos, respeitar a individualidade! Vamos aceitar que algumas pessoas precisam de um tempo só seu, só seu. Que às vezes o prazer de arder secretamente sonhando na cama é maior do que o de distribuir ao público versos agradáveis sobre o ser amando. E que às vezes o simples fato de falar parece estragar o que está tão claro e bem estabelecido pelos olhares risonhos.
Numa época em que tudo é tão social, tão compartilhado e discutido abertamente, vamos dar uma trégua para o nosso pobre coraçãozinho, que apesar de não ter nada de miserável gosta mesmo é de vagar sozinho e clandestino por becos escuros a procura de novos perigos.

07 abril, 2010

vida ventada

deixa soprar o vento da vida,
deixa curar teus medos ocultos.
o vento que leva e trás, e tira e dá.
o vento que bate na cara na aurora
gelada.
que lembra meu ser a delícia do ver.
do ter, você.
e numa vontade desgarrada, daqueles
que sabem e sofrem,
que leem e entendem,
que pensam e sentem;
nessa vontade eu vivo depressa, sem pressa,
no auge do declínio de uma existência pífia.
e sorrio feliz, inventando minha vida ao vento.

08 março, 2010

Life Goes On.

Desculpem-me, mas terei que recorrer ao velho e batido ditado "o mundo dá voltas" para lhes falar aqui hoje.

Muitas vezes interpretamos os relacionamentos como algo estático. A qualquer sinal de mudança somos perturbados e nos apressamos em [erroneamente] tentar reestabelecer a ordem.
Quando admiramos e valorizamos alguém, por exemplo, aquilo se torna quase uma lei em nossa cabeça e então parece o correto a fazer-se sempre, mesmo sem um julgamento prévio se a pessoa realmente merece, ou se aqueles sentimentos têm fundamento.
Se temos algum inimigo ou desafeto tendemos a crer que é muito mais fácil fechar a cara e difamar o dito cujo - na tentativa de inferiorizá-lo - do que fazer um esforço para conhecer a pessoa melhor e tentar, quem sabe, mudar nossas opiniões a seu respeito.
Ao vivermos um grande amor criamos uma relação de desejo e posse, que cega os nossos demais sentidos. E mesmo que aquele amor deixe de ser saudável para o nosso organismo (se é que algum dia realmente o foi!) tendemos a sempre lutar para recuperar o sentimento esvaído, ignorando que agora ele talvez não faça mais sentido.

O por quê dessa constante incoerência? Também não sei.
O que sei é que devemos encarar a vida de uma forma mais orgânica. Amigos vem e vão. Amores nascem, crescem e morrem. Sentimentos surgem e somem. Pessoas se afastam e se aproximam, repetidas vezes, pelos mais diversos motivos. 
É assim como uma roupa nova e cara, que usamos apenas em situações especiais, mas que com o passar do tempo ficam velhas, surradas ou fora de moda: simplesmente se tornam inadequadas para aqueles momentos que um dia foram.
Isso se repete sempre, sem ritmo ou intensidade fixa. Devemos pois, estar sempre preparados para, a qualquer sinal de mudança, pular do bote e começar a nadar; I mean, nos adaptarmos o mais logo possível e assim extraírmos apenas o melhor de cada momento - dando sempre a nossa honesta contribuição.




-Time goes by, world goes round, life goes on and things get hard.

27 fevereiro, 2010

stop and stare.

Observar não é o meu forte.
Ultimamente, porém, andei me interessando em olhar as pessoas.
Olhar sem interesse, preconceito ou inveja. Olhar por olhar, por sentir, por entender. Qual não foi minha surpresa, há uma porção um tanto variada de gente por aí!

Gente alta, baixa, bela, feia; ruiva, loira, morena e camaleão. Gente que usa milhares de adornos, adereços, cores e formas. Gente clássica, básica, simples; sofisticada, elegante, impressionante.

Mas tudo isso é externo. O que realmente me comove é o que há por dentro.

Há pessoas inteligentes, que sabem debater bons assuntos, defender um ponto, argumentar. Há aquelas que não gostam de discussões e preferem aceitar qualquer posição, ou nem ouví-las.
Há quem socialize com todos, do cachorro da vizinha à namorada da melhor amiga sem se embaraçar; mas há quem não consiga encarar sua própria família ou par e dizer algumas verdades.
Algumas pessoas são atraentes, de mais! Seja pelo jeito de olhar, falar, rir ou apenas ser. Outras se esforçam tanto, mas não saem nunca da sombra. Algumas cantam afinado, tocam instrumentos com perfeição e gostam da boa música; enquanto outras se contentam com o que está na moda, toca na rádio e gruda na cabeça.
Tem gente que nem gosta tanto assim de música, de filmes e de arte. Acreditem!

Certas pessoas são fracas, em todos os sentidos. Outras são fortes e ainda dividem sua força com quem precisa. Há velhos, e novos. Ricos e pobres. Loucos e aventureiros que se abrem para a vida e vivem o momento. Conservadores, tradicionais, clássicos e puritanos. Há pessoas honestas e outras nem tanto.

Há gente que ama. Se entrega, se abre, se doa. Gente que gosta de gostar, que supera diferenças e aceita as fraquezas. Que contraria a própria natureza selvagem do ser humano. Pessoas que seguidas vezes se enganam confiando em um outro, acreditando que pode alguma vez ser diferente, e que há alguém como ele - disposto a se esforçar, e funcionar.
Em contrapartida, há muitos daqueles céticos, que acreditam apenas em si mesmo. Creem que o amor é patético, ilusório e degradante. Pensam que entrega é sinônimo de dor, que orgulho é prova de superioridade, que raiva é capaz de curar. Que quando estão com alguém não se conformam por não estarem com outro. Que se estão sozinhos ficam à caça eterna da próxima vítima.

E nessa onda de observações, tentei me ver. Tentei não julgar outrem e não criar conceitos distorcidos pela minha mente estreita. E aqui apenas lhes digo que na loucura que são as interações humanas, às vezes observar pode ser uma ótima estratégia para nos blindarmos contra quem não nos convém.

23 fevereiro, 2010

Começa agora:

Férias.
E sobre elas poderia escrever coisas banais, dicas de descanso ou endereço de boas festas. Esse tipo de informação que as pessoas compartilham o tempo inteiro, se reunem para falar a respeito e depois voltam para casa com a sensação de conhecimento adquirido e dever cumprido.
Não concordo.
O que realmente fiz de bom nas minhas férias foi ficar sozinha. Sozinha nos meus pensamentos. 
Livre para poder dormir tarde e acordar com o meu intelecto, descansar com os meus problemas, refletir com a minha consciência, festejar com as minhas descobertas, sofrer e me deliciar com a minha ignorância.
Ler, ouvir, falar. Pronunciar em voz baixa para mim mesma aquilo que já sei, ou deveria saber, mas que na pressa do dia-a-dia é deixado para trás. Pronunciar quantas vezes quiser, até entender.
Já diria Nietzsche que a vida mais doce é não pensar em nada. Pode até ser. E céus, como vejo pessoas realmente dispostas a levar essa vida doce, a não pensar, não questionar, não querer saber. Conformistas de corpo e alma, criando suas próprias verdades e atendo-se à elas como se fossem leis supremas.

Eu quero não saber, não entender e ignorar. Quero mentiras, dificuldades e dor. Quero reverter tudo isso e poder enxergar o caminho atrás de mim. Construído por mim, e inevitavelmente sem acesso a ninguém.
Quero mais férias, quero férias o ano inteiro: Férias da vida social tão hipócrita e mesquinha. Férias do consumo, das fofocas e das preocupações mundanas.  Das falsas notícias, da caridade vazia, da educação oca. Dos deuses criados pelos homens, das verdades pobres e da felicidade sem cor. Do amor egoísta, do amor-próprio e de toda a sujeira.

as minhas férias estão recém começando.

07 fevereiro, 2010

o novo, de novo.

E se derrepente as boas idéias se oprimem?

Se quero te falar de coisas bonitas que fiz, de lugares que conheci e sonhos que persegui, mas ao invés disso o que tenho na cabeça é sombra?
Pessoas de palavra fraca, verbo inseguro, gerúndios e futuros do pretérito sem fim. De atitudes vis, de mão em mão, de amizades em vão.

Já quis possuir meu destino, porém agora sou a primeira a desacreditá-lo.
E quis também ver além do amanhã, sem nem completar as tarefas reservadas pra hoje.

De tanto pensar, o intelecto se esgota, e não se nota porém o avanço do ser. Pra quê temer, se além da vida, nada há de ser? 
Mas a danada nos pega nos pulos mais altos, e derruba sem pena, e deixa sequelas.

Tremo na noite, no trem do escape. Escapo pro nada e viajo sozinha.
Desoprimo as idéias, e imprimo o texto. Tá feito o post.